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Educação corporativa: a nova vantagem competitiva

(2602)

-As atividades humanas sobre o meio ambiente vêm se intensificando ao longo do tempo e de forma mais acentuada a partir da Revolução Industrial, no final do século XIX, resultando na miséria, na exclusão social e econômica, no consumismo, no desperdício e na degradação ambiental. A educação ambiental é o instrumento para a implantação do desenvolvimento sustentável, que combina crescimento econômico e tecnológico com a exploração racional dos recursos naturais e com a sua conservação para gerações presentes e futuras. Na visão da educação ambiental, tais elementos estão inseridos na vida do indivíduo, que se torna um pólo de interação do seu crescimento cognitivo, efetivo, social e moral. A educação ambiental tem como objetivo o desenvolvimento de hábitos e atitudes, e estes só se consolidam ao longo da formação do indivíduo. A universidade é o lugar privilegiado para uma educação dirigida às exigências de nossos tempos. Atribuí-se a ela a responsabilidade de educar para o desenvolvimento sustentável, quer diretamente os seus alunos, quer por influência junto de decisores e outros agentes-chave implicados no processo. Para Kornhauser (2001), a educação é o cimento da construção do desenvolvimento humano sustentável. É preciso elaborar estratégias e programas de educação relacionados com o ambiente, que abranjam tanto o ensino escolar como a educação informal, que adotem a perspectiva da educação permanente a ser desenvolvida pelos poderes públicos, o setor produtivo, o comércio e as comunidades locais.

-EDUCAÇÃO CORPORATIVA: A NOVA VANTAGEM COMPETITIVA

Maria Elisabeth Pereira Kraemer
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI /SC
Telefone: (55) (021)-47-3446558, Fax:(55) (021)-47-3446558
E-mail: beth.kraemer@terra.com.br
Brasil

Resumo
As atividades humanas sobre o meio ambiente vêm se intensificando ao longo do tempo e de forma mais acentuada a partir da Revolução Industrial, no final do século XIX, resultando na miséria, na exclusão social e econômica, no consumismo, no desperdício e na degradação ambiental. A educação ambiental é o instrumento para a implantação do desenvolvimento sustentável, que combina crescimento econômico e tecnológico com a exploração racional dos recursos naturais e com a sua conservação para gerações presentes e futuras. Na visão da educação ambiental, tais elementos estão inseridos na vida do indivíduo, que se torna um pólo de interação do seu crescimento cognitivo, efetivo, social e moral. A educação ambiental tem como objetivo o desenvolvimento de hábitos e atitudes, e estes só se consolidam ao longo da formação do indivíduo. A universidade é o lugar privilegiado para uma educação dirigida às exigências de nossos tempos. Atribuí-se a ela a responsabilidade de educar para o desenvolvimento sustentável, quer diretamente os seus alunos, quer por influência junto de decisores e outros agentes-chave implicados no processo. Para Kornhauser (2001), a educação é o cimento da construção do desenvolvimento humano sustentável. É preciso elaborar estratégias e programas de educação relacionados com o ambiente, que abranjam tanto o ensino escolar como a educação informal, que adotem a perspectiva da educação permanente a ser desenvolvida pelos poderes públicos, o setor produtivo, o comércio e as comunidades locais.

Introdução
O rápido crescimento demográfico, o esbanjamento dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente, a pobreza persistente de grande parte da humanidade, a opressão, a injustiça e a violência de que padecem ainda milhões de pessoas exigem ações corretivas de grande envergadura.
Segundo Mayor (1998), a educação é a chave do desenvolvimento sustentável, auto-suficiente – uma educação fornecida a todos os membros da sociedade, segundo modalidades novas e com a ajuda de tecnologias novas, de tal maneira que cada um se beneficie de chances reais de se instruir ao longo da vida. Devemos estar preparados, em todos os países, para remodelar o ensino, de forma a promover atitudes e comportamentos que sejam portadores de uma cultura da sustentabilidade.
É aí que entram em jogo as universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, que assumem uma responsabilidade essencial na preparação das novas gerações para um futuro viável. Pela reflexão e por seus trabalhos de pesquisa básica, esses estabelecimentos devem não somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas também conceber soluções racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar possíveis alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro. Devem, enfim, fazer com que se tome consciência maior dos problemas e das soluções através de seus programas educativos e dar, eles mesmos, o exemplo.
Esta tarefa se materializa na promoção de programas de ensino novos e/ou reorientados, de acesso mais abrangente e contínuo, na criação de painéis de peritos que aconselham os governos e fazem um acompanhamento crítico da atuação destes e de outros agentes da sociedade.
Neste sentido, os trabalhos desenvolvidos dentro das instituições de ensino de nível superior têm um efeito multiplicador, pois cada estudante, convencido das boas idéias da sustentabilidade, influencia o conjunto, a sociedade, nas mais variadas áreas de atuação.
A educação está sendo, nos dias de hoje, repensada como uma preparação para a vida: trata-se de garantir a segurança do emprego e a aptidão para o trabalho, de permitir a cada um satisfazer às demandas de uma sociedade em rápida evolução, assim como as mudanças tecnológicas que condicionam hoje, direta ou indiretamente, cada aspecto da existência e, finalmente, de conseguir responder à busca da felicidade, do bem-estar e da qualidade de vida.

Meio ambiente
A concepção ecológica concebe o universo como um todo interligado e interconectado entre si. Reconhece a interdependência fundamental de todos os seres vivos, não como uma coleção de partes dissociadas, mas como uma rede de fenômenos articulados e fortemente imbricados, dentro da qual seres humanos e sociedades participam de forma cíclica dos processos da natureza.
Neste sentido, Bertalanffy (1977), com sua Teoria Geral dos Sistemas, enfatiza que tudo está unido a tudo e que cada organismo não é um sistema estático fechado ao mundo exterior, mas sim um processo de intercâmbio com o meio circunvizinho, ou seja, um sistema aberto num estado quase estacionário, onde materiais ingressam continuamente vindo do meio ambiente exterior e neste são deixados materiais provenientes do organismo.
Para Bateson (1987), um sistema vivo não se sustenta somente com a energia que recebe de fora, mas fundamentalmente pela organização da informação que o sistema processar.
Esse processo de interligação foi sabiamente descrito no século passado por um chefe índio, numa carta enviada ao Presidente dos Estados Unidos que, de acordo com Dias, em sua obra A carta do Chefe Indígena Seattle (1993), dizia: “[...] ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos[...] à Terra não pertence ao homem; o homem pertence a Terra[...] todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede”.
Foi com a Revolução Industrial que o homem começou realmente a transformar a face do planeta, a natureza de sua atmosfera e a qualidade de sua água. O meio ambiente está sendo agredido, devido ao rápido crescimento da população humana, que provoca declínio cada vez mais acelerado de sua qualidade e de sua capacidade para sustentar a vida.
O impacto da espécie humana sobre o meio ambiente tem sido comparado, por alguns cientistas, às grandes catástrofes do passado geológico da Terra. A humanidade deve reconhecer que agredir o meio ambiente põe em perigo a sobrevivência de sua própria espécie e pensar que o que está em jogo não é uma causa nacional ou regional, mas sim a existência da humanidade como um todo. É a vida que está em jogo não podemos conceber um ecossistema sem o homem, não podemos encontrar o homem sem algum ecossistema.
Com todos os desastres que têm acontecido com o meio ambiente, percebemos que o ser humano tem sido capaz de modificar seu meio ambiente para adaptá-lo às suas necessidades.
Com o rápido crescimento da população, criou-se uma demanda sem precedentes, que o desenvolvimento tecnológico pretende satisfazer, submetendo o meio ambiente a uma agressão que está provocando o declínio cada vez mais acelerado de sua qualidade e de sua capacidade para sustentar a vida.
Um dos impactos que o uso de combustíveis fósseis tem produzido sobre o meio ambiente terrestre é o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, dando lugar a um aumento da temperatura global da Terra.
Outros males importantes causados pelo ser humano ao meio ambiente são o uso de pesticidas que contaminam regiões agrícolas e interferem no metabolismo do cálcio das aves; a erosão do solo, que está degradando de 20 a 35% das terras de cultivo de todo o mundo; a perda das terras virgens; o crescente problema mundial do abastecimento de água, como conseqüência do esgotamento dos aqüíferos subterrâneos, assim como pela queda na qualidade e disponibilidade da água e a destruição da camada de ozônio.
Percebe-se, portanto, que hoje os problemas vividos no mundo são realmente em decorrência da intervenção humana no planeta e nos ecossistemas. A título de exemplo podemos citar: destruição da biodiversidade ou a extinção de espécie; destruição progressiva da camada de ozônio por gases; efeito estufa ou aquecimento global; crescimento da população mundial; poluição e indisponibilidade de água potável.
Desde a década de 50, a deterioração ambiental e sua relação com o estilo de crescimento econômico já eram objeto de estudo e preocupação internacional. Cita-se o teólogo luterano Albert Shweitzer, filósofo, organista intérprete de Bach e médico missionário que em 1952 recebeu o Prêmio Nobel da Paz por popularizar a ética ambiental e pelos seus esforços em defesa da “Irmandade das Nações”. Durante conferência proferida em 20 de outubro de 1952 na Academia Francesa de Ciências (Paris), sobre o tema “O problema da ética na evolução do pensamento”, ele declarou: “quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensina-lo a amar seu semelhante”.
Nos anos 60, nos Estados Unidos, houve uma profunda mudança na atitude do povo americano com relação à necessidade de normas ambientais federais, suscita pela obre “Silent Spring” (Primavera Silenciosa), de Rachel Carson, uma bióloga marinha norte-americana, que provocou os políticos à ação. O livro, publicado em 1962, presidiu o rito de passagem para o momento novo na história humana: o da preocupação com os rumos do desenvolvimento próprio da sociedade industrial.
“Primavera Silenciosa” relata os efeitos da má utilização dos pesticidas e inseticidas químico-sintéticas, alertando sobre as conseqüências danosas de inúmeras ações humanas sobre o ambiente.
Carson iniciou o debate sobre o custo ambiental dessa contaminação para o homem. Já nessa época, apontava para os prejuízos do uso de produtos químicos no controle de pragas e doenças, advertindo que estavam interferindo nas defesas naturais do próprio ambiente e, segundo Dias (1993), a autora dizia que “nós permitimos que esses produtos químicos fossem utilizados com pouca ou nenhuma pesquisa prévia sobre seu efeito no solo, na água, animais selvagens e sobre o próprio homem”. O livro teve os direitos comprados por uma multinacional de agroquímica e, diz-se, isto impede sua republicação.
Nos últimos anos, a preocupação em defender a natureza passou a ser mundial, devido a afirmações aterradoras como:
√ Nosso planeta está poluído, sua temperatura se eleva, as erosões progridem, as áreas agrícolas irrigáveis diminuem, a população aumenta e os ecossistemas sofrem efeitos devastadores.
√ Mudar a economia mundial, de acordo com o novo modelo de desenvolvimento ambientalmente mais adequado, é a única alternativa para a sobrevivência a longo prazo da humanidade.
√ Os países desenvolvidos têm hoje menos de 25% da população mundial, mas consomem 75% de toda a energia produzida, 70% dos combustíveis comercializados, 85% dos produtos da madeira e 72% do aço.
Portanto, fica clara a importância da questão ambiental em qualquer discussão e também dentro dos debates da sociedade, no sentido de enfatizar a consciência de preservação do meio e a evolução para a gestão da sustentabilidade, porque, a cada dia, ficam evidentes as conseqüências das agressões que o homem comete contra a natureza.
A expressão “Desenvolvimento Sustentável” DS entra em cena
O modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios. Se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia a dia. Diante dessa constatação, surge a idéia do desenvolvimento sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico à preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo. Fortalece-se a percepção de que é imperativo desenvolver, sim, mas sempre em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de sobrevivência).
As metas do desenvolvimento sustentável são:
√ A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc.).
√ A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver).
√ A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal).
√ A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc).
√ A elaboração de um sistema social, garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como, por exemplo, os índios).
√ A efetivação dos programas educativos.
A educação ambiental é parte vital e indispensável na tentativa de se chegar ao desenvolvimento sustentável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.
Uma das formas de levar a educação ambiental à comunidade é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Por meio de atividades como leitura, trabalhos escolares, pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem, a refletir e criticar as ações que desrespeitem e, muitas vezes, destróem um patrimônio que é de todos.
Os professores são a peça fundamental no processo de conscientização da sociedade dos problemas ambientais, pois buscarão desenvolver, em seus alunos, hábitos e atitudes sadios de conservação ambiental e respeito à natureza transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país.
Além disso, desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética e política que considera o desenvolvimento como um processo de mudança social, com conseqüente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição eqüitativa dos custos e benefícios do desenvolvimento.

As universidades do século XXI rumo ao desenvolvimento sustentável
O desafio do desenvolvimento sustentável procura, na universidade, um agente especialmente equipado para liderar o caminho, porque a sua missão é o ensino e a formação dos decisores do futuro ou dos cidadãos mais capacitados para a tomada de decisão, porque é rica e extensiva a sua experiência em investigação interdisciplinar e porque a sua natureza fundamental de motor do conhecimento lhe imprime um papel essencial num mundo cujas fronteiras se dissolvem a cada dia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) deu os primeiros sinais às universidades quanto ao seu papel no caminho global para o desenvolvimento sustentável. Os documentos associados às Conferências em Desenvolvimento Humano em 1972 e em Ambiente e Desenvolvimento – UNCED em 1999, explicitam objetivos e medidas dirigidas às instituições de ensino superior (quadro 1).
Documento Objetivos Medidas Recomendadas
UNCHD (1972)Declaração de Estocolmo(Princípios 9 e 24) Prever e/ou minorar aspectos contrários ao DS. Formulação de acordos multi- ou bilaterais ou de outras formas de cooperação (nomeadamente em transferência tecnológica).
UNCED (1991)Relatório do Comitê Preparatório Envolver todos na educação para o DS. Envolvimento de decisores no governo, de especialistas que os aconselhem nas universidades, institutos de investigação, etc.
UNCED (1992)Declaração do Rio (Princípio 9) Fortalecer o desenvolvimento de capacidades para o DS. Intercâmbio de conhecimento científico e tecnológico. Desenvolvimento, adaptação, difusão e transferência de tecnologias, incluindo as novas e inovativas.
UNCED (1992)Agenda 21(Capítulos 31, 34, 35 e 36) Clarificar o papel da ciência e tecnologia no DS. (Re)desenho dos programas nacionais em Ciência e Tecnologia por forma a clarificar contribuições do sector para o DS e identificar funções/ responsabilidades do sector no desenvolvimento humano.
Gerar e disseminar conhecimento e informação em DS. Produção de avaliações científicas de longo prazo sobre depleção dos recursos, uso da energia, impactos na saúde e tendências demográficas, e tornar públicas em formas amplamente compreendidas.
Educar todos para o DS. Desenvolvimento de programas de educação em ambiente e desenvolvimento (acessível a pessoas de todas as idades). Incentivos dos países às universidades e a redes de trabalho neste âmbito.
Fonte:http:www;campus.unl.pt
Quadro I – A ONU e as universidades no âmbito do Desenvolvimento Sustentável (1972-1992)
As universidades estão cada vez mais conscientes do papel que têm a desempenhar para preparar as novas gerações para um futuro sustentável. Nos anos 80, com a publicação do Relatório Brandtland e também da cúpula “Planeta Terra” do Rio, as universidades se esforçaram para definir e ao mesmo tempo assumir seu papel no que se refere ao ensino para um futuro viável. Com essa finalidade, em diferentes períodos e lugares, as universidades propuseram declarações ambiciosas, nas quais apareciam os grandes princípios e objetivos do processo de reforma que estavam prontas a adotar. Neste sentido pode-se citar os seguintes documentos como declarações para o desenvolvimento sustentável: a resposta das universidades:
Declaração de Talloires – Em outubro de 1990, vinte presidentes de universidades, os reitores e pró-reitores das universidades de todas as regiões do mundo, mostraram seus interesses sobre a velocidade crescente da poluição e da degradação ambientais e a depleção de recursos naturais. Esta declaração foi assinada no Centro Europeu da Universidade de Tufts, Talloires, França.
Consta na declaração que as universidades têm um papel crucial na educação, investigação, formação de políticas e troca de informação necessárias à concretização destes objetivos e que os líderes universitários têm que garantir a liderança e apoio na mobilização dos recursos internos e externos, de forma que as suas instituições respondam a este desafio urgente.
Declaração de Halifax – Um ano mais tarde, em dezembro de 1991, em Halifax – Canadá, os representantes sêniores do IAU – Associação Internacional das Universidades, da Universidade Unida das Nações e da Associação das Universidades e Faculdades do Canadá, juntaram-se com 20 presidentes de universidades das várias partes do mundo para discutir as ações para todas as universidades. A Declaração de Halifax foi liberada na conclusão da conferência.
Declaração de Swansea – Em agosto de 1993, na conclusão da conferência quinquenial das universidades da comunidade (ACU), os participantes expressaram a opinião que as soluções aos problemas ambientais seriam eficazes se tivesse a participação de toda a sociedade na busca da sustentabilidade. Para isto, forma desencadas muitas ações. Esta declaração foi feita na Universidade do Wales, Swansea, no dia 20 de agosto de 1993, e liberada na conclusão da associação da conferência das universidades.
Acordos da Conferência da Terra – Até a Conferência do Rio (UNCED), as universidades praticamente estiveram fora do palco da discussão sobre o desenvolvimento sustentável. A experiência trouxe uma lição clara: as universidades não se devem esquivar ao desafio, pois, de acordo com IAU, (1993), se não nos envolvermos, se não usarmos as nossas forças combinadas para ajudar a resolver os problemas emergentes da nossa sociedade global, então seremos ignorados no despertar de um outro motor de mudança, uma outra agência ou estrutura que será convidada a promover a liderança.
Declaração de Kyoto – promovida pela Associação Internacional das Universidades (IAU), sublinha a dimensão ética da educação para o desenvolvimento sustentável que, além de ensinar princípios, deve promover práticas igualmente sustentáveis. Na 9ª Mesa Redonda da IAU, que ocorreu em Kyoto (Japão) a 19 de novembro de 1993, cerca de 90 líderes universitários se reuniram para discutir e adotar uma declaração de princípios, baseada nas declarações emanadas das conferências de Talloires (ULSF, 1990), Halifax (AUCC, 1991) e Swansea (ACU, 1993).
Carta Copernicus - A Carta Copernicus, chamada de Carta Patente da Universidade para o Desenvolvimento Sustentável, define os princípios de ação a serem adotadas pelas universidades rumo ao desenvolvimento sustentável. O Copernicus (Cooperation Program for Environmental Research in Nature and Industry through Coordinated University Studies) é um programa de cooperação européia para a pesquisa sobre a natureza e a indústria, com os estudos coordenados da universidade, e foi lançado pela Conferência dos Reitores da Europa (CRE) em 1988.
Este programa é o principal agente regional em diálogo nesta matéria em nível internacional e trabalha em parceria com a Associação das Universidades Européias (EUA), o Instituto de Investigação para a Europa Sustentável (SERI), a Associação Ambiental das Universidades e Faculdades do Reino Unido (EAUC) e algumas universidades singularmente proativas em desenvolvimento sustentável no espaço europeu.
Tendo como visão tornar a sustentabilidade uma marca registrada tanto do espaço europeu da investigação como do espaço europeu da educação, o programa Copernicus desenvolve a sua própria estratégia de ação consubstanciada nos princípios de sua carta conforme quadro 2.
Objetivos gerais Prioridades Áreas-chave Ações Copernicus
Identificar formas das universidades ajudarem a sociedade a responder ao desafio do DS Gerar conhecimento em DS Investigação multidisciplinarRedes de peritos Seminário virtual em expansão e DS
Disseminar conhecimento em DS aos alunos Formação de professoresCurrículos universitários em DS

Disseminar conhecimento em DS à sociedade Parcerias e redes de trabalho em nível localServiço à sociedade em:-ciência e investigação-definição de políticas-desenvolvimento de capacidades-transferência tecnológica Conferências anuais, desde 1998:Sustainable Universities: inter-, multi-and trans-disciplinary issues and options, (Barcelona, 1999)
Alcançar a sustentabilidade nas universidades Implementar práticas ambientalmente responsáveis pelas e nas universidades Promover a gestão ambiental das universidades;Promover padrões sustentáveis de produção e consumo nas universidades Projetos:-Universidade de baixa energia;-Campus-solar europeu-Química sustentável
Fonte: http://www.copernicus-campus.org
Quadro 2 – Estratégia do programa Copernicus para o Desenvolvimento Sustentável
A carta patente foi introduzida e apresentada à Conferência Bianual de CRE em Barcelona em outubro de 1993 e assinada em Genebra em abril de 1994 por um conjunto de 196 universidades européias.
Declaração dos estudantes para um futuro sustentável – Organizado pelo CEED – Comunidade Ambiental de Desenvolvimento Educacional, a declaração ganhou respaldo no Reino Unido, na Universidade de Sunderland, com 80 pessoas de 34 universidades e faculdades britânicas nos dias 2 a 5 de julho de 1995. Foi discutida a responsabilidade ambiental dos estudantes, na tentativa particular de moldar uma declaração abrangendo ações mais adicionais. Nessa época, os participantes da conferência desenvolveram guias para a ação, representando o começo de um acoplamento entre estudantes e as agendas ambientais institucionais e internacionais.
Parceria Global do Ensino Superior para o Desenvolvimento Sustentável – GHESP – Esta parceria foi formada em 2000 pela ULSE – University Leaders for a Sustainable Future – (Universidade Líder para um Futuro Sustentável), Copernicus-campus, IAU - Associação Internacional das Universidades e Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Foi resultado do programa de trabalho da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (CSD-UM) e antecipou a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD). Essa parceria teve como primeiro produto a Declaração de Luneburgo em 10 de outubro de 2001, que consiste na instrução mais elevada para o desenvolvimento sustentável.
Declaração de Luneburg – Emanada da conferência sobre o ensino superior para o desenvolvimento sustentável, relembra os compromissos assumidos e, num esforço de efetivar o seu cumprimento, define metas concretas a atingir pela GHESP, em representação de mais de 1000 universidades em nível mundial, nos próximos cinco anos. Dentre estas metas, salientam-se:
√ criar um ambiente de aprendizagem global para o ensino superior para o desenvolvimento sustentável;
√ produzir um pacote de ferramentas orientadas para a ação universitária, incluindo estratégias de implementação à medida, estratégias para a reforma em áreas específicas da atividade universitária, um inventário dos recursos disponíveis e outro de melhores práticas e casos de estudo.
A criação da GHESP e o seu trabalho comprova que, antes de educar cidadãos para enfrentar o desafio do desenvolvimento sustentável, importa educar as universidades para assumirem a sua missão nesse desafio.
Declaração de UBUNTU – Dirige um apelo à ONU em 2002, no sentido de esta designar os educadores como o décimo grupo de intervenientes-chave no processo da Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo - WSSD. E reforça o compromisso das universidades na criação de um espaço de aprendizagem global em educação e sustentabilidade, a ser desenvolvido com base em redes internacionais e mediante a criação de centros de excelência regionais que congreguem todas as instituições formais de ensino, do fundamental ao superior.
Conferências Internacionais sobre Gestão Ambiental para as Universidades Sustentáveis – EMSU – Conferência-franja da Conferência WSSD, em setembro de 2002 na Rhodes University na cidade de Grahamstown – África do Sul, reuniu 150 delegados em torno da pergunta: qual o papel do ensino superior no desenvolvimento sustentável? Uma resposta particular mereceu especial atenção e foi apresentada pela Universidade Politécnica da Catalunha, sob a seguinte forma, conforme mostra a figura1

Fonte: http://www.campusfct.unl.pt
Figura 1 – O papel da universidade na sociedade, relativamente ao desenvolvimento sustentável

Neste modelo, surgem distintos quatro níveis de intervenção para as universidades:
1 – educação dos decisores para um futuro sustentável;
2 - investigação de soluções, paradigmas e valores que sirvam a uma sociedade sustentável;
3 – operação dos campi universitários como modelos e exemplos práticos de sustentabilidade à escala local;
4 – coordenação e comunicação entre os níveis anteriores e entre estes e a sociedade.
A resposta universitária confirma que a educação é a chave, mas acrescenta que esta deverá ser eticamente orientada no sentido do princípio praticado. Esta preocupação, conforme Fouto (2002), traduz uma realidade: provavelmente muitas universidades que subscreveram as declarações até aqui referidas não implementaram na prática os seus princípios. Com isto, comprometeram os objetivos a elas subjacentes, lançando o descrédito, primeiro internamente entre alunos, professores, funcionários e projetando-o em seguida para o exterior. É, portanto, preferível que as universidades não assumam quaisquer compromissos em matéria de educação para o desenvolvimento sustentável, enquanto não estiverem totalmente preparadas para o fazer. Mas, sobretudo, é imperativo que se preparem rapidamente para o fazer.

Conclusão
Ao longo das últimas décadas, as pressões sobre o ambiente global tornaram-se auto-evidentes, fazendo erguer uma voz comum pelo desenvolvimento sustentável. Essa estratégia requer um novo enquadramento mental e novo conjuntos de valores.
A educação é essencial à promoção de tais valores e para aumentar as capacidades das pessoas de enfrentar as questões ambientais e de desenvolvimento. A educação em todos os níveis, especialmente a educação universitária para a formação de gestores e professores, deve ser orientada para o desenvolvimento sustentável e forjar atitudes, padrões de capacidade e comportamento ambientalmente conscientes, tal como um sentido de responsabilidade ética.
Todos os estabelecimentos de ensino superior estão bastante conscientes do papel que devem cumprir na preparação das novas gerações para um futuro sustentável. As universidades envolvidas partilham a convicção de que o progresso econômico e a proteção ambiental estão indissoluvelmente ligados.
Neste sentido, as universidades são diariamente chamadas a exercer um papel de liderança na proposição de uma forma de educação inter(trans)disciplinar que comporte uma dimensão ética e que tenha por objetivo conceber soluções para os problemas ligados ao desenvolvimento sustentável.
A universidade é, dentre as várias instituições de ensino formal, aquela à qual compete ministrar o mais elevado grau de ensino, o superior, ou seja, o da educação para máxima capacitação e qualificação dos seus cidadãos na resolução e antecipação dos problemas que mais a afetam. E para cumprir esta missão, a universidade busca incessantemente as raízes e soluções desses problemas, por meio da investigação e do desenvolvimento de metodologias e ferramentas novas e inovativas.
Fouto (2002) diz que o ensino é o cerne da atividade da universidade e a educação a sua missão primeira. Face aos objetivos de desenvolvimento sustentável, a educação para o desenvolvimento sustentável será, portanto, o principal papel da universidade no século XXI.

Referências
BATESON, G. Natureza e espírito. Lisboa: Dom Quixote, 1987.
BERTALANFFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. São Paulo: Vozes, Petrópoles, 1977
DIAS, Genebaldo F. Educação ambiental: princípios e práticas: São Paulo: Gaia, 1993.
FOUTO, A. R. F. O papel das univesidades . http://www.campusverde/pt - acesso em 26 de setembro de 2003.
KORNHAUSER, A. Criar oportunidades. educação um tesouro a descobrir. 6. ed.. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2001.
KRAEMER, M. E. P. O Ensino Superior na busca da excelência. Jornal do Conselho de Contabilidade de Minas Gerais - CRCMG - Belo Horizonte - MG. ,Ano XII nº 89, set e ou/2001, p.18.
MAYOR, F. Preparar um futuro viável: ensino superior e desenvolvimento sustentável. In: Conferência mundial sobre o ensino superior. Tendências de educação superior para o século XXI. Anais da Conferência Mundial do Ensino Superior. Paris: 1998.
http://www.copernicus-campus.org - acesso em 27 de setembro de 2003.
http://www.campusverde.pt - acesso em 26 de setembro de 2003.
http://www.campus.fct.unl.pt - acesso em 26 de setembro de 2003.

Insertado por: Maria Elisabeth Pereira Kraemer (30/09/2005)
Fuente/Autor: -Maria Elisabeth Pereira Kraemer
 

          


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